Parlamento da Venezuela destitui membro do Conselho Nacional Eleitoral em meio a controvérsias eleitorais
A Assembleia Nacional da Venezuela destituiu na quinta-feira Juan Carlos Delpino, membro principal do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), atualmente exilado na Espanha. A decisão ocorreu após o presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, acusá-lo de "traição à pátria", "associação criminosa" e "cumplicidade com potências estrangeiras".
Rodríguez solicitou ao Ministério Público uma investigação sobre as alegações contra Delpino e sugeriu que seus bens fossem expropriados pelo Estado. A destituição vem na sequência das denúncias de Delpino sobre irregularidades nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho, nas quais Nicolás Maduro foi declarado vencedor, um resultado contestado pela oposição e pela comunidade internacional.
Em um comunicado, Delpino destacou que as irregularidades durante o processo eleitoral resultaram em uma significativa perda de confiança na integridade do sistema. Ele observou que, embora a votação tenha transcurrido de forma relativamente tranquila até o fechamento das urnas, ocorreram violação de regras e remoção de testemunhas da oposição, comprometendo a legitimidade do pleito.
Delpino também criticou a interrupção na transmissão dos resultados, que foi atribuída a um suposto ciberataque, e expressou preocupação com a falta de transparência no processo. Ele recusou o convite para a cerimônia de proclamação de Maduro, afirmando que sua decisão se baseou na responsabilidade de garantir que os resultados refletissem a vontade do povo.
As eleições foram marcadas por alegações de fraude, com a oposição afirmando que seu candidato, Edmundo González Urrutia, teria obtido quase 70% dos votos, em contraste com os 51% que o CNE atribuiu a Maduro.
O descontentamento popular resultou em protestos reprimidos pelas forças de segurança, culminando em mais de duas mil detenções e várias mortes. Leia Mais...
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