HRW Exige Investigação Sobre Confrontos Violentos em Moçambique
A organização Human Rights Watch (HRW) instou as autoridades moçambicanas a realizarem uma investigação imparcial e urgente sobre o uso excessivo da força pela Polícia da República de Moçambique (PRM) em confrontos recentes. O incidente, relacionado a protestos contra os resultados eleitorais, resultou em 11 mortes e dezenas de feridos.
Em comunicado divulgado hoje, a HRW destacou a necessidade de apurar o uso desproporcional da força durante os protestos convocados por apoiadores do candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) para a votação de 9 de outubro. Os manifestantes tomaram as ruas após o assassinato de membros ligados ao candidato, levando a confrontos com a PRM em várias localidades.
A HRW detalhou que, além das vítimas fatais, dezenas de pessoas sofreram ferimentos graves, e outras foram expostas a gás lacrimogêneo lançado indiscriminadamente, atingindo até crianças. A organização lembrou ainda que a Constituição moçambicana protege o direito à manifestação pacífica e à liberdade de expressão.
Em resposta, a PRM declarou ter instaurado um processo-crime contra Mondlane e seus simpatizantes, acusando-os de incitar a violência e destruir propriedade pública. Paralelamente, a CNE anunciou oficialmente a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), com 70,67% dos votos, enquanto Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, conquistou 20,32%, mas rejeita os resultados, acompanhando outros líderes oposicionistas em apelos para anulação da votação.
Organizações como o Centro de Integridade Pública (CIP) contabilizam pelo menos 10 mortes, dezenas de feridos e centenas de detenções em decorrência das manifestações. Leia Mais...
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